Alimentação, tradição e turismo
Navegar nas tradições alimentares culturais através da afetividade
DOI:
https://doi.org/10.17398/Palavras-chave:
Patrimônio alimentar, Turismo, Alimentação afetiva, Apreciação cultural, Cultura alimentar localResumo
Este artigo propõe um quadro analítico para examinar os processos sociais e culturais que vinculam o patrimônio alimentar ao turismo, por meio da lente da dimensão afetiva dos atores sociais. O objetivo principal é conceituar a dimensão afetiva em torno da alimentação e analisar como ela se entrelaça com as histórias de vida dos atores envolvidos nos processos de criação e preservação do patrimônio alimentar.
Além disso, explora-se como essa dimensão pode influenciar os processos, estratégias e intenções turísticas, promovendo a valorização da cultura alimentar e incentivando a resistência diante dos processos de globalização mais agressivos. A construção conceitual da dimensão afetiva baseia-se em uma pesquisa que combina a coleta de dados por meio de questionários, análises quantitativas e entrevistas com grupos focais, os quais foram analisados através de uma análise de conteúdo. Essas coletas foram realizadas com grupos de participantes brasileiros e portugueses.
Os resultados evidenciaram a existência de uma dimensão afetiva concomitante às trajetórias de vida dos atores. Essa dimensão abrange escolhas, memórias, emoções, afetos, tradições, conhecimentos e, especialmente, a continuidade das práticas alimentares culturais e tradicionais. Regida por essas lógicas, a dimensão afetiva se cristaliza nas práticas alimentares, constituindo um elemento inseparável dos processos de patrimonialização alimentar e formando, ao mesmo tempo, a base estrutural da relação proposta entre patrimônio alimentar e turismo.
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